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Woyzeck, FUK'EM'OL!

De/by/von Cláudio da Silva, Carolina Dominguez e/and/und Pedro Paiva


07.09 - 23.09 2023, 19:30, ZDB Marvila, Lisboa


[PT]

7 a 23 de Setembro de 2023

Todos os dias às 19h30 (excepto Domingos e Segundas)


[EN]

September 7-23, 2023

Every day at 7:30 pm (except Sundays and Mondays)


[DE]

Vom 7. bis 23. September, 2023

Jeden Tag um 19:30 Uhr (außer Sonntags und Montags)




Foi em Setembro de 2021 que Cláudio da Silva começou a pensar em Woyzeck, texto dramático inacabado de Georg Büchner, de 1836 (inspirado num caso judicial de Leipzig, 1821-24), aquando da sua colaboração inicial com Pedro Paiva, o artista visual que, com ele, filmava, então, a partir de Leôncio e Lena, comédia político-romântica do mesmo autor, e também de Woyzeck. A estes, rapidamente, se juntaram Carolina Dominguez e, a seu tempo, nós mesmos, antes de mais, interessados nas questões dramatúrgicas e ecológicas que pudessem informar uma adaptação cénica, genuinamente, contemporânea. Enquanto emigrantes qualificados na Alemanha, desde 2008, com eles nos fomos encontrando na discussão da linguagem alemã do quotidiano coevo, bem como daquela proveniente de uma antiga erudição mais inacessível, não só a partir das várias versões que Cláudio e Carolina souberam esmiuçar dos manuscritos originais de Büchner e de traduções e versões inglesas, francesas, alemãs e portuguesas, como do estudo do manifesto O Mensageiro de Hesse e das cartas de Büchner.


Não nos foi possível, por restrições de carácter financeiro inerentes à paupérrima política de produção cultural do nosso país, colaborar no desenvolvimento da produção de legumes biológicos, em regime de permacultura e jardinagem urbana. Este projecto de cenografia, inspirado em esboços concebidos por Pedro Paiva a respeito da monocultura de ervilhas que sub-alimenta Woyzeck no texto original e dos diversos vegetais que representariam variadas personagens do poder, acabou por contribuir, apenas, para alguma fundamentação estética da presente encenação. Ainda assim, não nos parecem perdidas as discussões sobre o Greenwashing a que vimos assistindo, globalmente, na arte e fora dela, contra o qual, também, regressámos em plena época de catástrofe ambiental neo-liberal e mais que deficiente saúde mental pública.


Estamos presentes, na semana de 1 a 7 de Setembro, estreia do espectáculo coproduzido pela BoCa Bienal, nos últimos ajustes técnicos e registos deste longo processo artístico-politizante, inaugurando, assim, a oficialização do nosso trabalho colaborativo em Portugal.


Rita Ferreira e Luís Gabriel



It was in September 2021 that Cláudio da Silva started thinking about Woyzeck, Georg Büchner's unfinished dramatic text from 1836 (inspired by a court case in Leipzig, 1821-24), while collaborating with visual artist, Pedro Paiva, on a film inspired partially by Woyzeck and Leontius and Lena, the political-romantic comedy also by Büchner. They were soon joined by Carolina Dominguez and, in due course, ourselves who were primarily interested in the dramaturgical and ecological issues that could inform a genuinely contemporary stage adaptation. Having experienced life as educated migrants in Germany since 2008, we met several times with them to discuss the contemporary German language of everyday life, as well as the more inaccessible ancient erudition from the various versions Cláudio and Carolina had been able to study from Büchner's original manuscripts, as well as English, French, German and Portuguese translations and versions. Furthermore, we discussed their research of the pamphlet The Hessian Courier and Büchner's letters.


We were unable to collaborate in the development of an organic vegetable production in permaculture and urban gardening style due to financial constraints inherent to our country's extremely poor cultural production policy. This set design project, inspired by Pedro Paiva's sketches conceived with regard to the monoculture of peas that underfeeds Woyzeck in the original text - and to the diverse vegetables that would represent various characters of power - ended up contributing only to some aesthetic grounding for the present staging. Even so, we don't think the discussions about the Greenwashing we've been witnessing globally - in art and beyond, against which we've also returned in the midst of a neo-liberal environmental catastrophe and a more than handicapped public mental health - are lost.


Inaugurating the officialisation of our collaborative work in Portugal, we are present for the final technical adjustments and registers of this long artistic-politicising process during the week of September 1- 7 at the premiere of the show co-produced by BoCa Bienal.


Rita Ferreira and Luís Gabriel



Im September 2021 begann Cláudio da Silva sich mit der Idee einer Inszenierung von Woyzeck zu beschäftigen, Georg Büchners unvollendetem dramatischen Text aus dem Jahre 1836 (inspiriert durch einen Leipziger Gerichtsprozess 1821-24). Den Anstoß dazu gab eine erste Zusammenarbeit mit Pedro Paiva, einem bildenden Künstler. Zusammen arbeiteten sie damals an einem Film, der sowohl von Woyzeck, als auch von Leonce und Lena inspiriert wurde. Letzteres ist eine politisch-romantische Komödie, die ebenfalls aus der Feder von Büchner stammt. Schon wenig später gesellte sich Carolina Dominguez zum Team und zu gegebener Zeit auch wir. Im Vordergrund standen für uns dramaturgische und ökologische Aspekte, die eine aufrichtige und wirklich zeitgemäße Bühnenadaption prägen könnten. Als qualifizierte Emigranten, die seit 2008 in Deutschland leben, haben wir uns mit ihnen ausgetauscht. Es ging dabei um deutsche Alltagssprache, aber auch um die Sprache, die aus einer eher unzugänglichen alten Gelehrsamkeit stammt. Grundlagen der Forschung bildeten hier für Cláudio und Carolina nicht nur verschiedene Fassungen, die sie aus Büchners Originalmanuskripten und aus englischen, französischen, deutschen und portugiesischen Übersetzungen und Ausgaben zusammenstellen konnten, sondern auch das Studium des Manifests Der hessische Landbote und der Briefe Büchners.

Aufgrund finanzieller Zwänge, die mit der äußerst dürftigen Kulturpolitik unseres Landes zusammenhängen, war es uns nicht möglich, an der Entwicklung eines ökologischen Gemüseanbaus im Stil der Permakultur und des urbanen Gärtnerns mitzuwirken. Der Gemüseanbau war als Bühnenbildprojekt gedacht und wurde inspiriert von Pedro Paivas Skizzen. Diese berücksichtigten einerseits die Monokultur von Erbsen, deren Verzehr bei Woyzeck im Originaltext zu einer Mangelernährung führen und andererseits den Anbau vielfältiger Gemüsesorten, die die verschiedenen Figuren der Macht repräsentieren sollten. Diese Idee trug letztendlich lediglich zu einer gewissen ästhetischen Grundlage für die jetzige Inszenierung bei. Dennoch glauben wir nicht, dass die Diskussionen über weltweites Greenwashing, das wir in der Kunst und darüber hinaus erleben, und gegen das wir uns auch inmitten einer neoliberalen Umweltkatastrophe und einer mehr als beeinträchtigten öffentlichen geistigen Gesundheit aussprechen, umsonst waren.

Bei den Endproben und zur Premiere sind wir vom 1. bis 7. September anwesend und die von der BoCa Bienal koproduzierte Arbeit bei den letzten technischen Anpassungen und Aufnahmen nach einem langen künstlerisch-politisierenden Prozesses unterstützen. Damit beginnt offiziell unsere kollaborative Arbeit in Portugal.

Rita Ferreira und Luís Gabriel




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